Foi eletrizante. Dramático. De parar o coração. O Náutico fez o seu torcedor prender a respiração diversas vezes durante a partida contra o Paysandu. E ao final, escreveu a sua Batalha dos Aflitos. Para encher de orgulho o torcedor do Timbu. Depois de um futebol sofrível e ver o adversário fazer 2×0, o time alvirrubro não desistiu. Conseguiu o empate e conseguiu o seu objetivo nos pênaltis, vencendo o Papão, por 5×3. Uma conquista que já está cravada na mente e no coração do torcedor. E isso inclui até os que deixaram o gramado quando a situação estava complicada. Que acesso!
Foi tensão do inicio ao fim. Até porque o Náutico não entrou bem na partida. O time estava muito nervoso. Foi impressionante o que se viu. O sistema defensivo, então… nem se fala. O que dizer de Josa? Errando tudo. O Paysandu estava mais inteiro na partida. Dominou as ações no meio de campo, envolvendo o time alvirrubro. O Timbu sentiu o peso da decisão e a postura do Papão.
Nunca troca de passe da zaga, daquelas que dá frio na espinha de qualquer torcedor, a bola sobrou para Vinícius Leite, que arriscou o chute a bola desviou na zaga e tirou Jéferson do lance. A bola ainda tocou na trave antes de entrar. Pronto… se o Timbu já estava nervoso, imagina em desvantagem. O Paysandu ainda teve uma outra chance clara. Nicolas passou por Jéferson e tocou para o gol vazio. Camutanga apareceu e tirou. Aquele lance parecia um gol alvirrubro.
A situação estava tão braba que Gilmar Dal Pozzo fez logo mudança. Acionou Wallace Pernambucano no lugar de Rafael Oliveira. Mas a bronca não era peça, mas sim, atitude. O Náutico precisava de mais calma, de ter a posse de bola no setor ofensivo, variar as jogadas, de uma defesa mais segura. Mas não teve nada disso. A bola parecia queimar no pé. Foi assim também no começo do segundo tempo. E assim, Nicolas ampliou para o Papão, num golaço de letra.
Dava para acreditar numa história diferente de um fracasso? Difícil. Para alguns torcedores, impossível. Tanto que vi muitos saindo das sociais dos Aflitos e já indo para casa. Mas havia muito tempo. O cronômetro marcava 10 minutos. E o Paysandu recuou demais. Deu espaços. O Náutico só precisava de um gol para entrar no jogo. E ele aconteceu aos 19 minutos. Alvaro mandou para as redes.
O Náutico acendeu em campo e acendeu a torcida. O Paysandu sentiu o golpe. O que se viu foi um Náutico pressionando, buscando o gol de empate. Não mostrava organização, mas pelo menos tinha atitude, algo que não havia apresentado até então. O Papão teve a grande oportunidade de matar a partida, quando Uchôa ficou de cara para o gol. Chutou forte e Jéferson fez a defesa. Lance comemorado como se fosse um gol.
Quando muitos torcedores já estavam fora dos Aflitos, o lance que fez todo bairro dos Aflitos estremecer. O árbitro Leandro Vuaden viu pênalti quando a bola bateu no braço de Uchôa. Para mim, sinceramente, não foi. Mas Vuaden foi convicto. Marcou e Jean Carlos bateu bem para empatar o jogo. Tudo igual. Time alvirrubro inflamado. Paysandu abalado e disputa por pênaltis em que o Náutico não errou as cobranças. No placar, 5×3.
A torcida alvirrubra está eufórica e orgulhosa. Afinal, espantou mais uma vez essa conversa de “nadou, nadou e morreu na praia”. E conseguiu algo para premiar sua campanha. O Timbu se organizou durante a competição. Aprendeu a jogar a fase classificatória. Tanto que terminou em primeiro do seu grupo. E no mata-mata, teve que dar a lição de não desistir nunca.