Assistindo ao empate entre Grêmio e Flamengo, na Arena gaúcha, pela semifinal da Taça Libertadores, veio o clima de nostalgia e um orgulho danado do futebol brasileiro. Algo que não sentia há tempos. Lembrou muito os anos 80, época em que comecei minha paixão pelo esporte, e quando as duas equipes tinham esquadrões, protagonizavam os principais duelos do futebol nacional daquela época. De um lado, Zico, Adílio, Nunes… Do outro, Hugo De Leon, Renato, Tarciso.
O resgate ao passado é maravilhoso, mas importante mesmo é resgatar a aproximação do torcedor brasileiro aos seus ídolos. Grêmio e Flamengo têm grande responsabilidade disso. Duas grandes equipes, escrevendo uma bela história no futebol brasileiro. O time gaúcho já vem há algum tempo sob o comando do técnico Renato Gaúcho (esse virou eterno. Até porque há uma estátua em sua homenagem cravada na sede do clube) e, recentemente, o Flamengo, que com Jorge de Jesus, lidera o Brasileirão com muita justiça.
As duas torcidas estão orgulhosas. Lotam as arquibancadas em praticamente todos os jogos. Bons jogadores em campo, aumentando a relação com o torcedor. Idolatria que faz bem ao futebol nacional. Principalmente para quem, assim como eu, não sente mais a necessidade de ver a seleção brasileira em campo. Afinal, a seleção brasileira há muito tempo não sente necessidade de jogar diante o torcedor brasileiro.
O Grêmio x Flamengo que vi na noite da quarta-feira não foi um primor de técnica. Mas foi bem disputado. Digno de sua história. Teve VAR em ação no começo da partida. Duas vezes. Curioso que o goleiro do Grêmio, Paulo Victor, falhou nos dois. Para sorte dele, o sistema anulou os dois lances. Teve também discussão entre Willian Arão e Felipe Luis. E teve gols. No final: 1×1. Decisão está aberta para a segunda partida, que só vai acontecer no dia 23, no Maracanã. Muitos dias de intervalo para ver mais uma vez um grande duelo.
Ver esse grande clássico brasileiro me deu tons nostálgico, confesso. Mas não sou daqueles que afirmo que o tempo de antigamente é melhor do que o de agora. Cada tempo no seu tempo certo. Mas sinto que a seleção brasileira deveria voltar a ser do povo. Claro que existe um sistema imenso mandando nos jogos da seleção. Aí é um tal de Brasil x Argentina em Los Angeles, por exemplo, ou Brasil x Uruguai, na Turquia. Jogos frios, chatos e sem motivação. Um saco.