De vez em quando minha memória funciona para certas coisas no futebol…
Lembro que, em um passado recente, dirigentes, jogadores e treinadores reclamavam da ausência de férias. Os times só tinham, no final da temporada, 10 dias de folga e, quando voltavam, já era para começar os trabalhos.
Aí, veio uma mobilização dos atletas, que exigiram os 30 dias de férias. Foi uma luta, mas conseguiram. Um direito justo, que mexeu com toda a estrutura dos clube. Tirou da zona de conforto.
Só que, pelo menos para os clubes de Pernambuco, o cenário não mudou muito. Porque a grana é estreita, Estadual deficitário e, com a explosão de competições espremeu as condições físicas dos atletas. Não há quem suporte jogo dia sim, dia não.
A alternativa de Sport, Nautico e Santa Cruz é fazer rodízio dos jogadores. A torcida, a princípio, entende. Apoia a escolha. Acredita que, aos poucos, os times se condicionam, e evoluem. Mas basta aparecerem os tropeços, para cobrarem o time titular, cobrar atitude e até a cabeça do treinador.
O final de semana dos clubes da capital pernambucana foi daqueles de doer a cabeça de qualquer treinador. O Sport jogou duas vezes, diante do Imperatriz e Decisão. Dois empates. O primeiro, em circunstâncias inaceitáveis: abriu vantagem de 2×0, e viu o adversário empatar nos cinco minutos finais.
Se Guto Ferreira pensava que tinha elenco para suportar tanto jogos, fazendo rodízio, vai ter que repensar seus planos. Aproveita, Guto, e muda a postura do time também. Porque, assim como no ano passado, falta atitude, gana para vencer.
No Santa Cruz, o técnico Itamar Schulle estilou valendo. Depois da derrota por 3×0, disse que não vai ser escudo de ninguém. Se os reforços não vierem, vai embora. Vejam que bronca. E o Tricolor tem jogo nesta terça e quinta. Estamos no início da temporada, e o elenco mostra que está no seu limite. O que esperar do Santa Cruz?
O Náutico perdeu a primeira na temporada, para o Botafogo-PB, fora de casa. Resultado normal. A questão é que o time não decola. Contra o Frei Paulistano, por exemplo, o Náutico foi sufocado e só não foi superado por o goleiro Jéferson estava em noite inspirada.
Eu esperava mais do Náutico por conta do tempo que teve de preparação e o fato de manter o treinador e a base da equipe é um grande trunfo. Que não foi colocado em prática ainda. Time mostra irregularidade e a dura sequência de jogos atrasa tudo.
O torcedor tem paciência? Zero. Não quer saber das circunstâncias. Quer a vitória. Está errado? Não. Então, só quem tem convicção do trabalho suporta a pressão, as cobranças.