Acompanho futebol pernambucano há 39 anos e confesso não lembrar de um treinador com tanta rejeição por parte da torcida como foi Gilmar Dal Pozzo no Sport. Assim que seu nome foi divulgado como técnico do Leão, a torcida repudiou. Não aceitou de forma alguma. Dal Pozzo nunca havia passado pela Ilha do Retiro. A não ser como rival. Foi goleiro do Santa Cruz e técnico do Náutico. Suas passagens pelo Timbu geraram uma imagem negativa para os rubro-negros. Mesmo em bons momentos, foram críticas. E o empate contra o Brusque, em 0x0, na Ilha do Retiro, foi a gota d’água.
Dal Pozzo não teve sossego em momento algum na sua passagem na Ilha do Retiro. Nem mesmo quando motivou o elenco, ajustou o sistema defensivo e embalou boas atuações na reta final da Copa do Nordeste. O começo da Série B também trouxe bons resultados. Mas de nada adiantou. A torcida não comprou a sua filosofia de trabalho. Em números, Gilmar Dal Pozzo esteve à frente da equipe em 28 partidas. Foram 10 vitórias, 12 empates e seis derrotas.
Não há como dizer que o técnico veio para a Ilha do Retiro a passeio. Trabalhou sério. Fez o seu melhor. Mas não surtiu efeito. É verdade que o elenco do Leão deixou a desejar, especialmente na questão ofensiva. A criação no meio de campo não existe e o ataque… nem se fala. No entanto, a filosofia de trabalho não agradava. Mudanças e escalações equivocadas e, o que é pior, a preocupação em não perder, mesmo enfrentando adversários com nível abaixo do que o Leão.
Agora, mesmo com o time na briga por uma vaga no G4 da Série B, o Sport vai atrás de um novo treinador. E tem que ir também atrás de atacante, pois os que estão na Ilha do Retiro não estão acertando o pé. Além disso, a diretoria tem que conseguir dinheiro para quitar as CNDR’S. Do contrário, nem vai poder inscrever os atletas para a disputa da competição.