Lembro demais quando Náutico anunciou, em 2014, a contratação de Lisca. “Quem é esse?”. Era mais o que se ouvia. A diretoria alvirrubra da época queria surpreender, trazer uma novidade e conseguiu. A resposta da pergunta chegou nos vídeos publicados no Youtube em que mostrava as comemorações daquele profissional que estava fazendo um bom trabalho Juventude-RS e justificava o apelido de Louco.
Lisca surpreendeu com a eloquência futebolística, variações de trabalhos táticos e, especialmente, por ter vencido o Sport, por 1×0, na Ilha do Retiro, quebrando o tabu do Náutico de não vencer o rival na sua toca há dez anos. Lisca começava a ganhar sua notoriedade no futebol nacional. Circulou pelo Brasil. Seu último bom trabalho foi à frente do América-MG, onde foi vice-campeão da Série B, em 2020.
Após uma passagem ruim no Vasco, estava calado. Chegou a ser procurado pelo Leão antes da chegada de Dal Pozzo. Não chegou a um acordo. Mas, agora, não teve jeito. Assim que Gilmar Dal Pozzo, que chegou na Ilha do Retiro com alta rejeição e o que o faria se manter até a final da Série B seria uma campanha a la Real Madrid, a diretoria rubro-negra focou em dois nomes: Lisca e Guto Ferreira, que foi demitido, recentemente, do Bahia.
Mas foi o técnico gaúcho que bateu o martelo. Chega com todo gás ao futebol pernambucano querendo mostrar serviço. A missão é fazer o time voltar ao G-4 e se manter. Para isso, tem que colocar o setor ofensivo para funcionar. Sem perder a estabilidade defensiva, algo que é um dos grandes destaques da Série B. Com as peças que tem no elenco, vai ser difícil. A não ser que Lisca mostre que é de fato um milagreiro.