Crédito da foto: Assessoria de imprensa do Náutico
Costumo dizer que clássico logo nas rodadas iniciais do Campeonato Pernambucano tende muito a ser chato e enfadonho. Afinal, as equipes ainda não engrenaram, estão se conhecendo, ganhando confiança e, por isso, na maioria das vezes, puxam o freio de mão. Ainda bem que isso não é uma regra, muito menos um decreto. Há casos em que tudo conspira a favor e no primeiro confronto entre os grandes da capital, os torcedores sem do estádio satisfeitos.
Foi o que vimos no primeiro Clássico das Emoções da temporada 2023, no Arruda. Santa Cruz e Náutico fizeram um duelo surpreendentemente eletrizante. Confesso que não esperava tanta vontade e velocidade das duas equipes para conseguir a vitória. Essa disposição, deixou o jogo aberto, ofensivo. Foi interessante ver o lá e cá e os torcedores se emocionarem em cada lance. Parecia até jogo decisivo. No entanto, o justo empate em 3×3 foi mais fruto das falhas defensivas que os times apresentaram do que propriamente uma qualidade técnica de ambos.
A partida começa com o Santa Cruz no ataque e logo balançando as redes do Timbu numa forte cabeçada de Yan, que sequer teve o trabalho de sair do chão para cabecear. Logo depois, Júlio empatou para o Náutico aproveitando bobeira da defesa coral. O Tricolor não desistiu foi ao ataque, mas contou com a sorte para ganhar o segundo gol do sagueiro Anilson. Aí, Júlio, esperto, mandou para as redes corais de novo. E lá vai o Santa Cruz buscar o terceiro gol. E fez com Artur. Fim do primeiro tempo. Cinco gols. No começo do segundo tempo, Anilson arrumou a bola, arrumou, arrumou, chutou rasteiro e… gol.
Praticamente esse foi o resumo da partida. Porque após o gol de empate do Náutico que decretou o resultado final, o que se viu foi um Timbu mais fechado, preocupado com o seu sistema defensivo que mais parecia uma peneira durante todo primeiro tempo e o Santa Cruz tentando imprimir um ritmo mais veloz, mas sem sucesso. A impressão que tive, especialmente no primeiro tempo, que a partida estava na órbita do “chutou é gol”. Defesas com muitas falhas e goleiros Matheus Inácio e Vágner inseguros.
Vi o Santa Cruz com uma equipe mais ajustada em campo. O técnico Raniele Ribeiro já conseguiu dar um conjunto à equipe, uma melhor organização. E do meio para frente, velocidade na troca de passe. Destaque para Lucas Silva, que mostra ter visão de jogo e consciência para atacar. Bom jogador. Falta o ajuste defensivo. A dupla de zaga Italo e Yan bateram cabeça e o goleiro Matheus Inácio. No Náutico, gostei, claro do atacante Júlio. Forte, veloz, confiante, foi a peça importante para o Timbu não sair derrotado do Arruda. Mas, assim como o Tricolor, o Timbu precisa de ajustes na defesa. E não é de hoje.