Fazia tempo que eu não via um Santa Cruz tão assertivo num início de um trabalho. O presidente Bruno Rodrigues e sua diretoria não demoraram muito para anunciarem o nome do comandante da equipe de futebol. Sem fazer muitas voltas, os tricolores trouxeram de volta Itamar Schülle ao Arruda. Nem vou discutir se é o nome ideal, mas, pelo menos, os dirigentes mostraram convicção em relação ao trabalho que querem par o Santa Cruz em 2024.
Schülle esteve no clube em 2020, quando trabalhou por 10 meses. Foram 27 jogos sob seu comando: 14 vitórias, nove empates e quatro derrotas. Desempenho até satisfatório, mas que o treinador, na época, alegou ter recebido proposta de um clube da Série B e deixou o Arruda. Está de volta numa situação pior: o Santa Cruz terá um calendário reduzido e ainda mais em crise financeira.
É justamente por isso que o presidente Bruno Rodrigues deve ter em mente que o progresso do Santa Cruz vai além da contratação de um treinador e de um gerente de futebol, no caso Francisco Sales, ex-Botafogo/PB. Bruno precisa de uma gestão agregadora. Que não priorize projetos pessoais. Modernize o clube com ideias modernas. Custa alguma coisa ir ao Fortaleza, por exemplo, e conferir ideias de gestão que possam ser adaptadas à realidade do clube coral?
O que me deixa ressabiado sobre a gestão de Bruno Rodrigues que está só no começo é o fato de o presidente ser oriundo do mundo político. Sei que não posso generalizar, mas quando o caminho do dirigente é esse, há o interesse de auto promoção, de se tornar conhecido nas grandes massas, visando cargo político ainda maior. O Santa Cruz viveu isso ao longo de sua história. E, muito por isso, chegou ao fundo do poço. Espero não ser o caso de Bruno Rodrigues. Que ele consiga congregar o Santa Cruz e, sem vaidades conduza o clube para novos tempos.