Quando Wallace Pernambucano bateu na bola, já dava para perceber que ela tinha endereço certo. Era como se fosse um filme que já se sabia o final. A bola encontrou as redes, longe do alcance do goleiro Wagner, que se esticou em vão. O cronômetro marcava 37 minutos do primeiro tempo e o Náutico estava na frente do placar diante do Campinense, em Campina Grande, pela seletiva do Nordestão 2020.
E o time alvirrubro não estava na frente do placar por obra do acaso. Márcio Goiano mandou a campo uma equipe ofensiva, com três homens no meio-campo (Josa, Jimenez e a surpresa da noite, Waguinho) e três no ataque (Odilávio, Wallace Pernambucano e Thiago). O Náutico teve uma melhor jornada no primeiro tempo do que o adversário. Mais posse de bola e melhor movimentação. O lado direito do Náutico, com Thiago e Hereda, sempre veloz e oferecendo perigo.
Até aí, a história parecia ter final feliz para o Náutico. Mas, sinceramente, não deu para entender a apatia que deu na defesa alvirrubra. Logo aos 3 minutos, após cobrança de lateral, a bola foi passando por todo mundo até encontrar Erivan, que só teve o trabalho de empurrar a bola para as redes. Sim, a gente já sabe das limitações da defesa do Náutico. Mas levar gol após cobrança de lateral e olhar a bola passar… aí já é demais! Inaceitável. E não ficou nisso. Aos 18 minutos, Henrique Matos virou o jogo diante de uma defesa estática. Nos dois lances até Bruno, que considero um goleiro atento, estava em profunda letargia. O time da casa passou a jogar melhor e quase amplia o placar.
No próximo dia 15 de maio, as duas equipes voltam a se enfrentar. O Campinense joga pelo empate. Chance para o Náutico acordar. A torcida alvirrubra espera que o time jogue da forma como jogou as partidas que o levaram para a semifinal da Copa do Nordeste 2019, mas com a atitude de quem quer a todo custo garantir presença na edição do próximo ano. Afinal, a apatia do time na segunda etapa do jogo de ida foi algo inexplicável. Ninguém quer sentir o gosto de uma desclassificação dentro de casa, o que pode atrapalhar o emocional do time para o objetivo maior que é o acesso à Série B.