Foto: goal.com
Por Daniel Schvartz
Maestro, artista, E.T…você pode chamá-lo do que quiser. Mas, na última quarta-feira (01), Messi mostrou mais uma vez o seu poder de decisão e do que é capaz de fazer. Na opinião do responsável por esse texto, o melhor da atualidade, sem sombra de dúvida.
O Barcelona entrou em campo ontem para um jogo dificílimo. O Liverpool tem um melhor conjunto. Vem disputando o título da Premier League ponto a ponto com o Manchester City. E, como já era previsto, jogou para frente, pressionando e atacando os donos da casa. Manteve o padrão de jogo do treinador, Jorgen Klopp.
Mas, do outro lado, tinha o Messi. Seria a concretização do poema “No Meio do Caminho”, de Carlos Drummond de Andrade? Desde 1979, o Barcelona só havia perdido uma vez para os times ingleses no Camp Nou, justamente contra o Liverpool, em 2007. O time inglês poderia repetir o feito? Claro, tinha elenco para isso e começou muito bem. Porém, como no poema, existia a tal pedrinha. O nome dela, todos nós sabemos.
Mas, o principal ato de Messi não foi imediato. Os espectadores tiveram que esperar um pouco mais pelo ápice. Naquele momento, o camisa 10 se esforçava, buscava os espaços e ditava o ritmo de jogo da sua equipe, como sempre acontece. Quem abriu o placar foi Suárez, depois de um lindo cruzamento do lateral-esquerdo Alba.
O 2º tempo e a melhor parte do show
Na volta do intervalo, o Barcelona voltou diferente. Disposto a aumentar a vantagem, propôs mais o jogo. Em uma jogada iniciada por Messi, que tenta um passe para Sergi Roberto, a zaga desvia e a bola sobra para Suárez. O centroavante finaliza no travessão. Mas, no meio do caminho, tinha Messi. O argentino domina e só coloca para o fundo das redes.
O gol foi sentido pelo Liverpool. Aos 35 minutos da segunda etapa, falta para o Barcelona. Muito distante. Intermediária. Difícil para qualquer cobrador. Mas, tinha um Messi no caminho. Foi com maestria. Sem brutalidade. Não maltratou a redonda. Colocou (parecia com a mão) no ângulo do goleiro Alisson. O Camp Nou reverenciava o maior da história do clube (quiçá do mundo). 3×0. Êxtase puro e uma imensa vantagem para o jogo de volta.
Número 600 pelo Barcelona
O gol de falta anotado por Lionel Messi foi o de número 600 pelo clube catalão em 653 jogos. Na temporada 2018/19, o argentino já conta com 48 gols. Na Liga dos Campeões, carrega um número de respeito: 112 tentos no total. Contra os times ingleses no campeonato europeu, 26 gols anotados, sendo o Arsenal a equipe que mais sofreu.
O texto não tem o objetivo de discutir quem é o melhor jogador da história. Pode ser Messi, Cristiano Ronaldo, Maradona, Pelé e tantos outros craques que já nos deram o prazer de sentir o máximo da emoção que o futebol pode proporcionar. É questão de opinião. A certeza que eu tenho é que, assim como os versos de Carlos Drummond de Andrade, o que Messi faz com a bola é uma arte.