Por Fábio Mendes
Bahia e Ceará eram os times em que apostavam como favoritos ao título da Copa do Nordeste 2019. Vinham de um bom final de temporada em 2018, com os maiores orçamentos e elencos mais robustos da competição. No entanto, se a final que começa nesta quinta-feira não é a mais previsível, por outro lado, não podemos dizer que não houve justiça.
Fortaleza e Botafogo-PB chegam para a decisão com as melhores campanhas da competição. Uma tem o melhor ataque, outra a defesa menos vazada. A presença do Tricolor do Pici na grande final era algo provável, mais ainda depois que o sorteio o colocou como único clube da elite do futebol brasileiro no grupo A. O time paraibano, de fato, encarou uma pedreira e surpreendeu. Afinal, num grupo com três clubes da Série A (Bahia, Ceará e CSA) quem imaginaria que um clube da Série C sairia vencedor? Regularidade, mando de campo forte e bola parada letal de Marcos Aurélio foram os principais ingredientes para contrariar as previsões.
É verdade que essa “final da justiça” quase foi atrapalhada pelos times pernambucanos, que mesmo com altos e baixos na temporada fizeram semifinais duras. Santa Cruz e Náutico seguraram o placar igual contra os adversários até perto do fim das partidas. Mas nos últimos minutos a qualidade técnica se impôs. Favoritismo? Tem, sim senhor.
Coloco minhas fichas no Fortaleza pelo trabalho sólido de Rogério Ceni, a qualidade maior do elenco e a sinergia entre time e torcida, comprovada a cada jogo na Arena Castelão. Entretanto, o Botafogo-PB tá no páreo, tem a vantagem de fazer os últimos 90 minutos em casa. Além do mais, o roteiro da Copa do Nordeste gosta de apresentar surpresas. Que digam o Campinense de 2013 e o Sampaio Corrêa que calou uma Fonte Nova lotada no ano passado.
Certeza mesmo, só que a “Orelhuda” terá um dono inédito, o oitavo diferente em oito edições da Copa do Nordeste disputadas na década atual. E a de que há muita emoção reservada para as duas decisões.