Foto: Ricardo Fernandes/@spiaphoto
A gente percebe que tem algo errado quando, aos 15 minutos do primeiro tempo, o placar mostra: Brasil 0x0 Venezuela. Perdão a arrogância, caros leitores, mas sou do tempo em que, nesse tempo de jogo, a seleção brasileira já estaria vencendo com folga e já mandando duas bolas no travessão. Perdão também pela nostalgia. Os tempos são outros, claro. Os venezuelanos estão mais espertos em campo. Aprenderam a ter mais senso de marcação. Por outro lado, a seleção verde e amarela está mais burocrática. E assim, nada de gols em Salvador.
Sinceramente, não gosto dessa seleção de Tite. Eu sei que fica fácil ser direto após um mal resultado. Mas é que fica difícil ocultar tal afirmação após ouvir o zagueiro Tiago Silva afirmar que Brasil jogou bem porque a Venezuela não criou. Ora, Tiago, e a Venezuela foi a campo para criar alguma jogada? A proposta era se fechar e não tomar gol. E conseguiu. Fazer gol no Brasil era um sonho difícil de se realizar para os rivais. Portanto, o placar igual e sem gols está de bom tamanho.
E ainda respondendo a Tiago Silva: de que adiantou para o Brasil ter o domínio das ações se não balançou as redes? Ops, perdão mais uma vez. A seleção estufou as redes, sim. Duas vezes. Mas o VAR foi acionado e os gols de Gabriel de Jesus e Coutinho foram anulados. De fato, a seleção foi persistente, mas sem poder de penetração na zaga venezuelana. Sem Neymar, ninguém assume o protagonismo na seleção. Ninguém pega a bola e parte para cima. Só quem arriscou isso foi Everton Cebolinha, já na parte final da partida. Coutinho e Firmino, sempre incensados, não brilharam. Aceitaram a marcação adversária passivamente. Isso impressiona.
Para fechar, voltamos a falar de Everton Cebolinha. Ao que parece, é o novo xodó do torcedor brasileiro. Muito influenciado pela sua boa atuação contra a Bolívia, quando chegou a fazer um golaço. A torcida gritou seu nome. E foi ao delírio quando entrou em campo. E ele entrou bem na partida. Everton Cebolinha não precisou de genialidade para fazer a torcida acordar e jogar com a seleção. Ele foi apenas ousado, confiante, partiu para cima.. Algo que os demais atletas não foram.
Falta à seleção mais alma brasileira.