Muitos falam que o futebol brasileiro só vive de resultados. Não deixa de ser verdade. Mas como toda regra, há exceção. Tite na seleção é um grande exemplo. Perdeu a Copa do Mundo e a CBF nem titubeou em mantê-lo no cargo. E com muito prestígio. Porque a seleção continua sem jogar um futebol convincente e ele sequer é questionado ou pressionado. Pense numa raridade.
No Recife, Gilmar Dal Pozzo começou a temporada como o intocável. Tudo porque comandou a equipe numa campanha de retomada na Série C do ano passado e que terminou vitoriosa. Lembro da sua estreia: contra o Campinense. Teve pouco tempo para treinar a equipe que precisava vencer a todo custo para garantir vaga no Nordestão 2020. Não temeu, comandou a equipe no banco de reservas e o time venceu.
O Náutico embalou um perfil guerreiro. O que empolgou a torcida. Nos Aflitos, o time conseguiu vencer os jogos. No mata-mata da Série C, foi valente. Jogou na garra, na vontade, sabendo da importância para todos o que representaria o acesso.
Mas o perfil guerreiro arrefeceu naturalmente no inicio da temporada. É hora de prevalecer a técnica e tática. O Náutico manteve a base, começou os trabalhos antes dos rivais. E o que estamos vendo, alvirrubros e alvirrubras, é um time sem plano tático nenhum. Nos Aflitos, apenas duas vitórias. O que reflete na arquibancada. A torcida anda sem paciência com Dal Pozzo.
É bem verdade que o treinador perdeu muitas peças por contusão. Mas não se justifica a falta de padrão de jogo. Muito menos algumas peças que estão no elenco que não rendem. Na partida contra o Retrô, Dal Pozzo chegou a declarar que o time criou chances de gols no primeiro tempo. Não foi o jogo que eu vi. O Timbu jogou pouco para superar o Retrô. Tanto que ficou no empate, resultado justo.
Agora, o Náutico luta, quem diria, para garantir sua vaga à próxima fase do Pernambucano. E também está na briga pela classificação no Nordestão. Está numa situação complicada em ambas. Com o tempo que teve para se preparar, se estivesse mostrando um bom futebol, como diz o treinador, eu estaria fazendo uma outra resenha. E a torcida, feliz da vida.