Tive um sonho igual ao de Raul Seixas. Sai de casa e vi que todas as ruas da cidade estavam vazias. Por conta de uma epidemia, ninguém saia de casa. E acessar as redes sociais, descobri que o desaparecimento das pessoas não era privilégio do Recife. O mundo todo estava parado. No sonho, dava para ouvir Raulzito como trilha sonora: “o empregado não sai para trabalhar, pois sabia que o patrão também não estava lá”.
Acordei aliviado. Tudo era um pesadelo, ainda bem.
Ainda bem que tem jogo pela frente. Afinal, tenho um bom motivo para apagar de vez da memória o pesadelo infame. Bom demais estar diante da TV para ver grandes jogos dos clubes do Estado. Principalmente porque passamos a viver uma nova Era. A da modernidade estratosférica.
Sim, amigos… E isso também atingiu ao futebol pernambucano. Vejam vocês que os estádios do interior foram modernizados. Amplos, boa iluminação e gramado impecável. O Lacerdão foi o que recebeu a melhor de todas as reformas. Elevadores modernos foram instalados para atender imprensa e torcedores. Em Vitória, o Carneirão ficou uma joia. Grama sintética e tudo mais. O clube, inclusive, se prepara receber pela primeira vez uma partida internacional. O Boca Juniors está chegando.
Mas isso era o de menos. Com apoio da sociedade, todos os clubes receberam suporte financeiro para jogar a temporada inteira, seja competições oficiais, torneios, amistosos… em troca, ofereciam estrutura para que crianças e adolescentes tivessem condições de praticar futebol. Escolinhas, peneirões e outras atividades sócio-esportivas eram apresentadas. Definitivamente, os clubes se tornaram uma praça esportiva para o município. O povo respira futebol no interior. Dinheiro circulando. Cidades ganhando espaço no noticiário nacional. Enfim, o Estadual foi interiorizado.
Muito bom que o discurso antigo da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) se tornou realidade. Sim, pois interiorizar não significa apenas ter jogos. É preciso ter estrutura, organização e progressão. Para vocês verem, até o estádio Ademir Cunha, em Paulista, foi modernizado. Ele que sempre foi desprezado.
O que mais me impressiona éa que os dirigentes enfim pensavam num trabalho de progressão. Manter o trabalho feito e já pensar num passo adiante. A FPF, enfim, saiu da zona de conforto. Estava em busca de parceiros, sempre dando ideias para que os clubes do interior tivessem condições de disputa. Mas vejam só que coisa boa. Saíram do discurso de que temos um bom campeonato para cair no campo da prática para tudo se tornar real. Meus amigos, como estou feliz em ter acordado e saber que tudo isso existe.
Na capital, a Ilha do Retiro, Aflitos e Arruda se transformaram em verdadeiras arenas. Pelo que vi nos sites, todos os estádios receberam assentos, áreas com wifi, lanchonetes, elevadores modernos. Caraca… incrível. Que transformação. E mais: os dirigentes passaram a ter um novo comportamento. Passaram a agir em parceria. Não acabaram com a rivalidade, mas as ações para um futebol pernambucano mais forte era discutido em conjunto.
O melhor de tudo… Os torcedores estavam indo para os estádio sem o menor perigo de serem alvos da violência. Já havia um plano de ação para conter aqueles que teimavam em ignorar a ordem. As torcidas organizadas voltaram a ser como antes, quando eu era crianças e que elas iam para os estádios apenas para incentivar os jogadores e colorir os estádios. Um plano de ação foi colocado em prática que inclui conscientização através de campanha na mídia e nos locais dos jogos, educação e punição para os mais violentos.
É isso… Bom acordar de um pesadelo e vê que tudo está como sempre foi. Futebol moderno, em progressão, com clubes fazendo excelentes campanhas no cenário nacional e dirigentes com boas ideias para que os clubes sejam referência para o mundo.
Poxa… relatando tudo isso… dá uma vontade danada de ir para o estádio. Ainda bem que hoje é domingo. E tem rodada!
A vida real é para ser vivida! Para ter sonhos melhores do que estamos tendo nos últimos dias.