Por Renan Diaz
Há no inconsciente coletivo das crianças e do adolescente o sonho de construir a vida como atleta. Mas geralmente, os pais, na sua limitação financeira, vetam o acesso a esse sonho, ou conseguem uma forma de apoiar, incentivar, mas sempre alertando: “Estudem, pois a vida de atleta não é para a vida toda, e não são todos que acabam conseguindo o sustento para a vida”.
Um alerta vital para não se tirar os pés do chão. Afinal, a vida de atleta não é somente glamour. Exige dedicação, treinos exaustivos, abdicar de algumas comidas e bebidas, concentração máxima, enfim….. Há uma soma de fatores que se não houver foco máximo, o sonho vira algo frustrante. E, mesmo quando se atinge o seu objetivo, precisa-se seguir trabalhando fora do habitat esportivo. Afinal, existem as contas para pagar e as economias a fazer, pensando no futuro, quando a aposentadoria chegar. E assim, a rotina se torna mais intensa. É treino, estudo e trabalho.
A ala da equipe de basquete do Sport, Beatriz Gabrielle, vive uma rotina assim: intensa e de muito sacrifício, na qual o glamour da vida de estrela como muitos imaginam, passa longe. Beatriz conheceu o basquete no ano de 2010 após um treinador amigo dos seus pais e que tinha um projeto na cidade de Andradina/SP a convidou para participar. A partir das primeiras semanas de treino, Beatriz já se apaixonou e começou a dedicar-se ao esporte.
Em 2012, veio o primeiro convite para jogar em outra cidade, e, a partir deste momento ela rodou pelo basquetebol brasileiro. Três Lagoas-MS, Tupã, Sesi, Aerco Basquete Poá, São José dos Campos e Pró Esporte Sorocaba, todos do estado de São Paulo, além do Chapecó- SC.
Pelo Colégio Amorim, ela teve a oportunidade de disputar um campeonato mundial escolar, na cidade de Porec/ Croácia. Atualmente, Beatriz está na segunda temporada pelo Sport Club do Recife, onde ela faz a sua vida dupla de estudante/atleta.
Beatriz, estuda Educação Física bacharelado, e está no terceiro período. “Divido meus horários com treinos, fisioterapia e estudos. Geralmente, passo o dia no clube, por conta dos horários de treinos”.
Ela completa que tudo é bem dividido. Tem tempo para descansar, estudar, mas quase sempre ela fica na quadra mesmo. Sabemos que estando em quadra temos muito barulho, treinador passando instruções, as jogadoras falando, gritando e batendo a bola no chão. “O barulho da bola já não me incomoda mais, e já estou acostumada com essa barulheira. O que tem a se fazer é priorizar e focar no estudo. E graças a Deus isso está dando muito certo, e sabemos que não é fácil. Não dá para romantizar porque é muito difícil”, comenta.
No final das contas, Beatriz está feliz com os resultados, tanto na vida profissional como acadêmica. Obtendo notas acima da média e no basquete sempre buscando evoluir com muito trabalho.