Torcida que fez uma bela festa na Arena de Pernambuco, sofre para voltar para casa/ Foto: Anderson Stevens
Assim como toda final, a primeira partida da decisão da Copa do Nordeste foi tensa, disputada, emocionante e o empate de 1×1 entre Sport e Fortaleza foi justo, diria justíssimo. A adrenalina foi ainda maior porque os gols foram na reta final da partida. Zé Welinson fez um golaço aos 35 minutos do segundo tempo para o Tricolor do Picí, enquanto Bill foi o herói do Leão. Para a partida de volta, tudo indefinido. O Fortaleza mostrou ser melhor tecnicamente, o Leão superou na raça e no embalo da torcida, que fez uma festa bonita, lotando a Arena de Pernambuco (No total, 42.544 torcedores estavam lá).
Bom, como tudo tá muito rápido nessa era das redes sociais, o jogo em si já se falou muito. O texto vai abordar mais a ida e volta para a Arena de Pernambuco. Primeiramente, devo dizer que o estádio é fantástico. Estrutura maravilhosa. O torcedor assiste a partida de forma confortável, banheiros organizados, os espaços de circulação garantem segurança para o torcedor, o que garante o esvaziamento do estádio em poucos minutos. Gosto de ir aos jogos lá. Gosto mesmo. Tanto na área de imprensa (impecável) ou na área da torcida, onde estive ontem. Mas a logística de chegada é absurda. Pior ainda é a saída. No mínimo desrespeitosa com o torcedor que sai de casa para ver seu time jogar.
Foram 2h30 de duração a viagem que fiz da minha casa para a Arena de Pernambuco. Fui pela avenida Norte, passando por Apipucos, passando por UR-7 e chegando no local da partida. Em praticamente todo trajeto, engarrafamento. Caos total. Existe, no entanto, um problema crônico na cidade, independente da partida a ser realizada na Arena. O trânsito da capital é, perdão pela repetência da palavra, um caos. E em dia de jogos, piora e muito. Então, no horário do rush, mistura-se os carros daqueles que saem do trabalho para casa, com os que estão indo para Arena de Pernambuco.
Na porta da Arena de Pernambuco, bem antes da partida, o torcedor conversa, toma sua cerveja, come o tradicional churrasquinho, amendoim… Bom, aquela resenha. Mas bastou aglomerar que a Polícia Militar chega com seus cavaleiros do apocalipse para dispersar. Vi uma cena em que nada tinha de confusão. Só aglomeração para descer um lance de escada. A PM chegou, alguns se exaltaram e aí, tome Spray de pimenta. Sai de lá espirrando. Circulei a Arena para chegar no portão onde teria acesso ao meu setor. Outra ação semelhante da PM. Dessa vez, sem o famigerado spray.
Mas o drama geral de quem vai para um jogo na Arena de Pernambuco às 21h35 ainda estava por vir. A volta para casa é algo desrespeitoso. Isso para dizer o mínimo. Não tem segurança, tudo escuro, carro para todos os lados, não tem rota de fuga na BR. Agora, imagina mais de 42 mil torcedores saindo de um mesmo lugar. É muito bonito dizer que a fluidez da Arena de Pernambuco. De fato, deixá-la vazia é num estalar dos dedos. Mas sai dali, de São Lourenço da Mata, é um suplício. O Expresso Torcedor, ônibus destinados para o leva e traz do torcedor, vivem abarrotados, com pessoas até penduradas na porta. Taxistas e motoristas de aplicativo não querem nem passar por perto da Arena em dia de jogos. Por que será? Aí, meus amigos, sair de lá é horrível. E quem se orgulha de que o esvaziamento do estádio é rápido não se preocupa com a segurança do seu cliente que é o torcedor.
Sinceramente, eu fico triste escrever… mas é o jeito: uma partida à noite na Arena Pernambuco é desaconselhável para qualquer torcedor. Principalmente para quem tem que trabalhar no dia seguinte.
Enfim… A partida Sport x Fortaleza foi digna de uma final. Mas a organização é uma lástima. Como sempre foi e não se vê sinais de melhora.