Quando venceu as duas partidas classificatórias da Copa do Nordeste, o Santa Cruz dava sinal que tinha uma equipe mais competitiva e organizada para a temporada. Os empates no Campeonato Pernambucano ligou o alerta de que a história não era bem essa. O 3×3 diante do Náutico poderia ser um fator positivo. Afinal, fazer três gols em clássicos deveria ser força ofensiva. Mas, na boa, os gols pareciam mais fruto de falhas das equipes.
Neste sábado, na estreia na fase de grupos do Nordestão, o Santa Cruz mostrou um futebol impossível para ser comentado. Afinal, o time praticamente não jogou. Mesmo assim, manteve a sequência de empate na base do milagre. Viu o adversário abrir o placar, no segundo tempo, mas não jogou a toalha. Arrancou o empate já no apagar das luzes. Se a apresentação não agradou, o resultado, diante das circunstâncias, foi mesmo que arrancar três pontos.
O Vitória esteve mais perto dos três pontos desde o começo da partida. Com dois jogadores experientes lá no ataque, Léo Gamalho, atuando mais centralizado na área, e Oswaldo, mais aberto na ponta direita, o time baiano imprimiu um bom ritmo ofensivo. Mas errou demais nas finalizações. Tudo bem que o goleiro Geaze fez o seu papel. Duas defesas importantes. No entanto, entanto não se pode deixar de observar os erros de finalizações do ataque do Vitória. Num deles, Gamalho, livre de marcação, cabeceou para fora.
Enquanto o Vitória se sentia na obrigação de jogar ofensivamente já que atuava em casa, o Santa Cruz mostrava um futebol apático, sem força na marcação e consciência para atacar. Um time perdido em campo. Não há em quem pense no jogo, organize as jogadas. Hugo Cabral, referência do time no ataque, só apareceu aos 35 minutos de jogo, quando arriscou um chute de fora da área e a bola foi para fora. A atuação do Santa Cruz, no primeiro tempo, foi pífia.
O segundo tempo começou com o mesmo panorama. O Vitória com mais posse de bola, impetuoso e querendo o jogo. O Santa Cruz, para falar a verdade, piorou. Se na primeira etapa o Tricolor pelo menos passava do meio de campo, dessa vez o time de Ranielle Ribeiro não acertava uma troca de passe. O time baiano atacando, dando brechas a defesa, mas o Santa Cruz incapaz de buscar o contra-ataque.
Então o que era mais posse de bola do Vitória, virou domínio total. A limitação do time baiano era visível. Tanto que as únicas investidas surgiam de cruzamento na área. Foi martelando que o Vitória obrigou a Geaze a fazer duas grandes defesas. Mas no rebote de uma delas, Zeca aproveitou e abriu o placar. O cronômetro apontava 20 minutos de segundo tempo e o Santa Cruz não deu às caras na partida. Aliás, uma investida coral só aconteceu aos 38 minutos, quando Arthur Santos chutou rasteiro e Dalton se esticou para fazer a defesa.
Para o bem do Santa Cruz, o Vitória diminuiu o ritmo e deu sinais de que já estava satisfeito com o placar magro. O time baiano diminuiu o ritmo e o Santa Cruz, que encontrava dificuldades para atacar, passou a gostar do jogo. Em poucos minutos, o Tricolor teve duas faltas perto da área adversária. Uma delas, já nos acréscimos, a bola foi alçada na área, a defesa do Vitória parou, o goleiro não saiu do gol e testou e deu o “boa noite”. Empate que deu um alívio danado para o Tricolor e aumentou a crise no Barradão.