O futebol pernambucano perdeu o rumo já faz algum tempo. E o que faz não reencontrar o trilho de sua força é o fato de seus dirigentes acharem que está tudo ótimo e se alguém apontar o dedo os erros, mesmo que seja com o intuito de buscar soluções, está sendo vilão do Estado. É maluco tudo isso. Mas é a realidade.
Vou me resumir aos últimos jogos do Retrô FC. O clube é um novato no cenário pernambucano. Mas já carregava nas costas a responsabilidade de representar o Estado na Série D do Campeonato Brasileiro. E como se não bastasse, o Santa Cruz, tradicional clube pernambucano, com uma história vencedora que chamaram atenção no Brasil, dependia do seu desempenho para ter um calendário mais vasto em 2024. Isso. Os polos se inverteram. O mundo está de cabeça para baixo.
A partida do Retrô contra o Maranhão foi trágica para os dois clubes. A Fênix vencia por 2×1, com dois jogadores a mais, até os minutos finais do duelo. Mas faltando segundos, os maranhenses empataram, levaram a disputa para os pênaltis e venceram. A vitória do Maranhão foi uma eliminação dupla do futebol pernambucano. Derrubou o Retrô e o Santa Cruz. E isso diz muito, minha gente.
As feridas para o Retrô não são tão profundas. Um clube novo. Tem muita estrada para percorrer. É claro que o time vem de dois vices estaduais em que a campanha foram muito boas. Mas tudo serve de lição. Já para o Santa Cruz… A visão é outra. Um clube centenário que não tem competições para disputar no cenário nacional na próxima temporada. A dimensão desse vazio só teremos de fato quando maio de 2024 chegar e o clube ser obrigado de dispensar seus atletas por não ter mais jogos a disputar.
Não há palavras para expressar essa triste realidade. Estamos diante de uma situação que ultrapassa a dimensão da vergonha, do absurdo, do triste , do lamentável. Até porque, no Santa Cruz, exceto a torcida (que está mergulhada na tristeza), ninguém sente mais nada. Letargia tão gigante que ninguém busca soluções. A SAF que poderia ser o caminho é motivo de embates pessoais. Quem está fora do clube não chega junto. Quem está dentro, não se entendem.
E para onde o Santa Cruz vai? Bom, se nem os comandantes do clube sabem, como nós mortais vamos saber?
Triste é o clube que está à deriva.