O moderno Maracanã parecia que ainda não havia sido reformado na final da Libertadores, entre Fluminense x Boca Juniors. Estava tão lotado que parecia que a famosa Geral ainda existia. Festa linda. Digna de uma grande decisão de uma competição que sempre gostei. Sempre marcada por jogos duros, truncados, com força na marcação. Mas o Tricolor Carioca venceu o time argentino por 2×1, levantando a taça da competição pela primeira vez na história.
O Fluminense campeão da Libertadores comprova algo óbvio: o futebol é um esporte coletivo. A obviedade é para reforçar que no time tricolor não tem essa de uma estrela. Todos tem o seu papel e importância nos jogos e na campanha. De Fábio (de quem sou fã desde a época do Vasco) até German Cano, passando por reservas que entram e mantém o estilo de jogo e força do Fluminense. Porque todos assimilaram a filosofia do técnico Fernando Diniz. Ninguém se coloca a frente de ninguém. E todos lutam por uma conquista para o clube.
A grande final no Maracanã superou minha expectativa. Numa decisão em que não tem partida de volta, é normal, ansiedade e tesão para não se perder a concentração em nenhum segundo do duelo. E, portanto, se espera uma partida daquelas em que a marcação e catimba ditem o ritmo do jogo. Não foi assim. O Fluminense não largou suas características do toque de bola, das movimentações rápidas, o que desmantelou a defesa do Boca Juniors e forçou o time argentino a jogar.
E, claro, o Fluminense tem a assinatura do técnico Fernando Diniz. Confesso que não sou tão entusiasta do trabalho do treinador. Não vejo nada de genial como dizem. Porém, no time carioca, Diniz consegue fugir do trivial. Deixar o time ofensivo, como todo que de bola objetivo e valorizando a característica de cada um. A pancada que levou no São Paulo, quando chamou o atleta Tchê Tchê de “Perninha”, serviu de lição. Aprendeu ainda mais a cobrar, a ser líder e comunicar o que quer ao seu grupo. E assim, Diniz vai solidificando sua carreira. Mas ainda tem muito chão pela frente.