O Salgueiro vinha se constituindo na quarta força do futebol pernambucano. Já havia desbancado o Central e o Porto há bastante tempo. Tanto que levantou o título estadual em 2020, ao superar o Santa Cruz, na disputa de pênaltis. em pleno Arruda. Feito histórico. Primeiro clube do interior a ser campeão em Pernambuco. Motivo para encher de orgulho a cidade e que poderia ser o trampolim para um ciclo vencedor do clube. Mas não foi.
O lado contrário da moeda prevaleceu. O Carcará definhou. Os seus dirigentes não souberam lidar com a glória. De lá para cá, o clube atravessou uma crise financeira gigante e que culmina com a desistência de disputar o Campeonato Pernambucano deste ano. Está mais do que provado que o futebol do estado vive uma crise técnica, administrativa e financeira sem precedentes. E que parece não ter saída.
Na verdade, saídas para essa situação devem existir. O problema que não querem enxergar. Aliás, não querem enxergar a crise. O presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho, segue orgulhoso com a competição. Enaltece a rivalidade dos clubes e o sucesso de público das últimas edições. Só que o buraco é bem mais embaixo.
O torcedor pernambucano vai ao estádio incentivar seu time porque é um verdadeiro apaixonado. O sentimento é o estímulo. Mas a competição em si não anima. Os clubes do interior não falidos. Poucos tem campo para jogar. O Petrolina que jogaria em casa, no sertão, contra o Sport, vai jogar na Arena de Pernambuco, onde o Leão vai mandar seus jogos enquanto a Ilha do Retiro passa por reforma. Mas foi assim em outras edições. Mudanças de lugares dos jogos por conta da falta de estrutura dos estádios.
Ah, em tempo… O Flamengo de Arcoverde, que disputaria a Série A2 do Estadual, herdou a vaga do Salgueiro. E corre contra o tempo para montar uma equipe.
Repito a pergunta do título deste post: Onde vai parar o futebol pernambucano?