Foto: Ricardo Fernandes/Spia Photo.
Por Daniel Schvartz
O técnico Guto Ferreira desembarcou no Recife após a derrota do Sport para o Santa Cruz, em partida válida pelo Campeonato Pernambucano. Na ocasião, o tricolor estava com o time reserva e o rubro-negro vinha de eliminação na Copa do Brasil. Além da crise que abatia a Ilha do Retiro, o novo comandante precisava melhorar o futebol do time, que não convencia em suas apresentações.
O início foi arrasador. A equipe melhorou taticamente e tecnicamente. O ataque começou a funcionar e a zaga não tinha muito trabalho. Até o segundo jogo da final contra o Náutico, o Sport tinha feito 06 jogos, vencendo todos. Marcou 17 gols e levou apenas três.
Da água para o vinho
Já na decisão contra o Náutico, o Sport demonstrou certa apatia defensiva. Os volantes, principalmente Charles, não fizeram um bom jogo. A derrota não tirou o troféu, mas acendeu um alerta na torcida. Para Guto, a falta de ritmo de jogo e a vitória nos Aflitos atrapalharam o time.
Com cinco rodadas no Brasileiro já disputadas, o argumento de que faltava ritmo já não pode ser usado. Por mais que o time não tenha perdido ainda, alguns resultados não foram bem digeridos, como os empates contra o Oeste e Figueirense, na Ilha do Retiro. O ataque ainda funciona (7 gols em 5 jogos), mas o setor defensivo anda preocupando alguns torcedores.
Para ser mais preciso, a dor de cabeça seria com a dupla de volantes. O desempenho de Charles caiu de forma brusca. Com a lesão de Ronaldo, João Igor foi o escolhido para substituí-lo, mas não vem convencendo. Yago, contratado para disputar o campeonato nacional, não vem tendo muitas chances. Kaio, emprestado pelo Grêmio, já recebeu a tarja de negociável. Não é convocado nem para o banco de reservas.
O resultado vem sendo visto dentro de campo. O time tem grande dificuldade na transição de bola da zaga para o ataque. Tarefa que deveria ser dos volantes. Além disso, o Sport já levou 5 gols em 5 jogos. A crítica, obviamente, não pode ser apenas para os homens do meio campo. Na zaga, Adryelson parece ser titular absoluto. Porém, Rafael Thiery não consegue agradar a todos. Talvez, por falta de opções, o defensor ainda seja o companheiro da jóia da base leonina.
Reforços
A necessidade de reforços para o Leão é muito clara. Se o setor de ataque parece estar preenchido, a parte defensiva ainda é um calo para Guto Ferreira. O jovem zagueiro Éder, do Athlético Paranaense, já treina com o elenco, mas ainda não foi anunciado. Chico, cria da base, está voltando a jogar após uma cirurgia no joelho. Ou seja, a zaga ganha algumas opções a partir de peças que já estão no grupo. Mesmo que o desempenho delas ainda seja uma incerteza.
No meio campo, a situação é mais delicada. Para conseguir melhorar a marcação e também a transição, o Sport precisaria de, ao menos, mais dois jogadores. A outra opção seria passar a utilizar Leandrinho como segundo volante, dando uma maior dinâmica para o setor. Porém, essa não parece ser uma ideia que agrade Guto Ferreira.
Por mais que a diretoria não fale em novos nomes, alguns atletas ainda devem desembarcar no Recife para ajudar o Sport na luta pelo acesso. Assim como alguns devem deixar a Ilha para enxugar o elenco. Enquanto o time ideal não é montado, a torcida vai aproveitando o momento e, até agora, a invencibilidade. Um agradecimento especial ao ataque!