Já faz um tempinho que o regulamento do Campeonato Pernambucano proporciona a grande chance de um time intermediário ir a decisão do estadual. Foi por isso que vimos o Central disputar o título contra o Náutico em 2018. E, dois anos depois, o Salgueiro fazendo história, sendo o primeiro campeão do interior, superando o Santa Cruz, no Arruda. É show quando temos um vencedor fora da rotatividade da trinca Sport, Náutico e Santa Cruz quando se tem jogos de boa qualidade técnica e a eliminação dos grandes se dá pela circunstância da partida.
Não é o que está acontecendo na temporada 2022. O Náutico está na final, é verdade. Mas se arrastou na competição. O Santa Cruz, que foi eliminado pelo Timbu, foi se montando no campeonato e apresentando irregularidade de uma gangorra de parque: altos e baixos incríveis. E o Sport, que chegou forte na final do Nordestão, deu uma ajustada, mas acabou dançando na Ilha do Retiro, mostrando um futebol de pouca inspiração e ressacado da derrota para o Fortaleza, na decisão da competição regional.
Mas, apesar do futebol pobre do trio da capital, ninguém pode tirar os méritos de Retrô e Salgueiro, que chegaram na semifinal do Campeonato Pernambucano pelos seus méritos. O Carcará mostrou uma raça incrível para segurar o Sport na Ilha do Retiro, vê o adversário virar o placar para 2×1, não se abater, buscar o empate. Na disputa dos pênaltis, a primeira cobrança foi desperdiçada, não se abateu e conseguiu a classificação. Ufa! Que luta, hein!?
Já o Retrô é a grande surpresa da competição. Fez uma primeira fase digna de time campeão. Venceu todos os grandes da capital, inclusive, goleando o Santa Cruz no estádio do Arruda, por 4×0. Mereceu a classificação no topo da tabela. Mas foi penalizado pelo calendário desorganizado: o time não joga há um mês. Um absurdo a ser superado na base da paciência e raça.
Promessa de um jogo bem disputado, amigos. E tudo que foi feito até agora por essas duas equipes ficou no passado. Num campeonato em que a vida se decide em 90 minutos (ou mais, caso vá para os pênaltis), o que importa é o que será construído logo mais na Arena de Pernambuco. O passado é só história.