Aos amigos mais próximos eu já havia revelado: faz tempo que a seleção brasileira não me emociona. A não ser quando estamos na Copa do Mundo. Aí sim, o torcedor renasce. Acredito que pela memória afetiva que tenho por Mundiais. Aquele garotinho franzino nos anos 80 ficava louco com a competição, especialmente pelo clima de feriado na cidade por conta do jogo da seleção. E também tem a atmosfera de confraternização que o Mundial traz. É mágico.
Bom, o certo é que a seleção brasileira jogou na manhã desta quinta-feira, e goleou a Coreia do Sul, por 5×1. Abriu o placar logo no começo da partida, com Richarlison, que empurrou para as redes a bola, aproveitando o cochilo da defesa adversária. Depois disso, equilíbrio e os coreanos até encontrando espaços para ir ao ataque. E empataram, aos 31 minutos, com Hwang Ui-Jo. E o anti-torcedor: vendo o Brasil diminuir um pouco o ritmo, já estava secando a seleção. Calma, rapaz.
A seleção acordou depois do pênalti marcado pela arbitragem, após consultar o VAR. E foi pênalti, digo logo. Indiscutível. Neymar foi lá e guardou com categoria. No segundo tempo, VAR em ação. E novo pênalti. 3×1 no placar. A partir dali, deslanchou total. Dominou o jogo, fez o que quis e goleou por 5×1. Duelo bom para movimentar a seleção, para dar mais uma boa colherada de confiança. Mas tecnicamente, não vejo como uma partida que exigiu algo a mais para a seleção na questão técnica.
Mas vi como positivo o fato de a seleção ter apresentado um futebol cada vez mais coletivo, sem tanta dependência de Neymar, mesmo o atacante marcando dois gols que praticamente desmantelaram os coreanos.
E o mais curioso é pós-jogo. As entrevistas do técnico Tite é um destaque a parte. O treinador é bom de conversa, traz elementos de jogo, de comportamento pessoal, sempre acompanhado de algum integrante da comissão técnica, elevando o clima positivo que a vitória naturalmente traz. Caso fosse empate ou derrota? Seria o mesmo ambiente. Mas o intuito era outro: fortalecer o escudo das prováveis críticas. Tite é esperto. Sabe o poder que a comunicação tem.