Foto: Tiago Caldas/Assessoria do Náutico
Nunca escondi que acho um saco esse protocolo de entrada dos times em campo do futebol brasileiro. Acabou a magia do torcedor querer ver seu time do coração pisar no gramado. Tiraram o colorido e a expectativa da arquibancada para o enfadonho caminhar até o campo para cantar o Hino Nacional. Na partida da noite desta terça-feira, o Náutico enfrentou o Vasco, pela Série B do Campeonato Brasileiro, e quebrou o protocolo. Mas por motivo vergonhoso. E quando a bola rolou, não jogou bem e perdeu por 3×2, no estádio do Arruda.
A arbitragem seguiu o protocolo: o relógio marcou a hora de entrada e os homens de azul foram para o gramado e os jogadores do Vasco também fizeram o mesmo. Hino cantado, aperto de mãos. E nada do Náutico. Tudo porque o uniforme estava nos Aflitos, enquanto o elenco no Arruda. Sinceramente, dessa nunca vi no Recife. Lembrei das peladas dos bairros. Embora, na minha época, tinha mais aquela história do “um time sem camisa, outro com camisa”. A bela nova camisa alvirrubra não merecia uma estreia assim.
E quando a bola rolou? O duelo foi ruim no primeiro tempo. Marcação forte no meio de campo e erros demais na troca de passe. O placar foi aberto pelo Vasco graças ao chutaço de Figueiredo, numa cobrança de falta. Bola explodiu no travessão, bateu dentro do gol e saiu. A conferência do VAR foi só protocolar, afinal, o gol foi claro. E desmantelou mais o Náutico. Tanto que Andrey Santos, depois de tabelar com Nenê, ampliou.
No segundo tempo, Roberto Fernandes mudou o setor ofensivo, colocando Robinho no lugar de Léo Passos, e Amarildo na vaga de Ewandro. O Timbu ficou mais solto em campo, buscando o gol e o duelo ficou mais aberto, movimentado. O Vasco chegou a fazer o que seria o terceiro gol. Novamente com Figueiredo. Mas o VAR anulou, pois o atacante vascaíno estava em posição irregular. Logo em seguida, o Náutico esquentou o Arruda. Thássio diminuiu o placar.
Mas ficou nisso. O gol não significava que o Náutico estava melhor em campo. O time na verdade estava jogando num abafa, sem tanta consciência tática. O chute de Thássio desviou na zaga e tirou o goleiro do lance. O Vasco se recompôs e Nenê fez o terceiro. Resultado na mão, o time carioca arrefeceu o ritmo. No final, após conferência do VAR, o árbitro assinalou pênalti num lance com o Victor Ferraz. Jean Carlos diminuiu o placar.
Derrota que complica a situação para o Náutico. O time está com 12 pontos, é o 15º colocado e sentindo o calor da zona de rebaixamento. O Timbu tem apenas um ponto acima da Chapecoense, que abre a região da degola.