Tempo normal: Brasil 0 x 0 Croácia. Achei péssimo. Não só pela tradição do futebol brasileiro diante a seleção adversária, mas principalmente da eficiência da equipe brasileira diante do adversário. Mas pelo o que circunda a partida. Sim, de fato, pela sua camisa, o Brasil tinha a obrigação de vencer a Croácia. E vencer bem. Mas os noventas minutos não teve alteração no placar. Na prorrogação, golaço de Neymar. 1×0 na vantagem. Não tinha como perder. Tinha. Croácia empata e vence nos pênaltis. Amigos, acreditem, o Brasil de tanta tradição está fora da Copa após duelo da atual vice-campeã sem tanta tradição no futebol, vacila porque entre a teoria e a prática há uma diferença enorme. E a partir de 2022, está escrito na história que a seleção está eliminada pela Croácia na Copa do Mundo. Com oba-oba e tudo.
O Brasil, de fato, jogou melhor desde o começo da partida. Na verdade, dominou a partida. Mas, na verdade, fez o seu papel. A seleção brasileira é bem melhor tecnicamente que a Croácia. Mas falta, e faltou, consciência e espírito decisivo. Não se classifica no oba-oba, no “eu sou melhor”, no recorde pessoal… É grupo. A Croácia fez a partida da sua vida. O Brasil…. mais um duelo em que poderia vencer a qualquer momento. E não se vence na teoria.
A seleção de Tite entrou em campo com a escalação que se esperava, com a postura que se esperava: buscando o jogo, alternando as investidas ofensivas, diante de uma Croácia que tem uma postura defensiva como se esperava. Nos 90 minutos de partida, o Brasil foi superior. Mas não se sobrepôs como uma equipe pentacampeã que está com fome do hexa. Foi uma equipe que batalhou, não há dúvidas. Mas não tem e não teve poder de decisão. Durante boa parte do tempo, o Brasil foi superior, encostou a Croácia na defesa. Mas futebol se faz na prática… E, na Copa do Mundo, bola na rede.
Confesso que estou cansado de “oba-oba” do futebol brasileiro. É goleiro melhor do mundo, é camisa 10 craque da história, é atacante que encanta o planeta… A verdade é que a geração tem poucos atletas que chamam a responsabilidade: “Me dá que eu resolvo”. Na boa, amigos… Só agora o Brasil foi testado nessa Copa. E fraquejou. Porque não foi eficiente no ataque, não foi eficiente na defesa e paga o pato pela soberba de se achar a melhor equipe do planeta.
A goleada para a Coreia do Sul foi um exemplo do que é se arrancar elogios de uma seleção que não havia sido testada até então. Diante dos coreanos, o Brasil foi soberano como deveria ser. Nada de extraordinário. Encontrou a fragilidade do adversário e passou por cima. Contra a Croácia, se esperava dificuldade por se tratar de um adversário mais cascudo, mais acostumado a jogos diante de adversários superiores, mas que soubesse se impor. No tempo normal, a seleção foi superior, sim. Mas não foi avassalador. E quando teve chances, vacilou.
Vem a prorrogação e Neymar faz um belo gol. Tabela na entrada da área, drible no goleiro que parecia intransponível. Pronto. Com a vantagem no placar, eu esperava a seleção explorando ainda mais as ações, tendo o controle emocional da partida. A Croácia fez o jogo da vida, mas o Brasil tinha a vantagem no placar. E numa reta final. Mas a Croácia empatou. Um chute de Petkovic. Assim como contra a Coréia do Sul, mas um único arremate em direção ao gol e… gol.
No penais, nem vou analisar, fazer críticas ou elogios. Ali é um momento emocional, físico, muito particular de cada atleta. Para mim, a atmosfera que circunda a seleção é o que há de mais nocivo para o Brasil. Tite errou muito nas substituições é verdade. Não tiraria Vini Júnior e Richarlison da partida nem por decreto. Mas ele optou por isso e a seleção continuou ofensiva. No entanto, para mim, o mal está na soberba inculta, no midiatismo de uma seleção que não conseguiu fazer encorpar seu jogadores para um momento decisivo de uma Copa do Mundo. Sim, porque decisão de estadual, Libertadores e torneios internacionais é uma coisa, Copa é outra.
Uma hora essa geração aprende. Sigo com fé.