Duelos na última rodada de um campeonato qualquer em que envolve duas equipes que já não tem pretensões, objetivos é de uma tristeza cortante. Imagina o clima que foi o confronto entre Náutico e Ponte Preta, numa noite de sexta-feira, nos Aflitos, pela Série B do Campeonato Brasileiro. O time do interior paulista não consegue acesso à Série A, mas está no lucro, pois começou mal a competição e se manteve na Segundona. Já o Timbu é pior… Caiu para a Série C com a lanterna na mão. Imagina o clima. Que jogo ruim, senhoras e senhores. Valente são aqueles pouco mais de 4 mil torcedores que saíram de casa, mesmo a partida sendo transmitida pela Sportv, para ver o funeral, com direito a mais uma derrota, por 1×0, gol assinalado no segundo tempo, por Léo Naldi.
Comecei a escrever esse texto ainda na metade do primeiro tempo do confronto. Bola para lá, bola para cá. Jogadores com vontade, querendo mostrar serviço para causar boa impressão para a temporada que vem pela frente. Mas, em resumo, o que se viu a bola ser maltratada. Como se não bastasse a falta de foco das equipes, a ânsia de pelo menos se despedir da temporada sem derrota parece causar ansiedade. E a organização tática praticamente não existiu. O apito final do primeiro tempo soou como um alívio.
Ah, amigos, ainda bem que tem o intervalo de jogo para mudar todo o cenário no segundo tempo. O Náutico chegou na frente duas vezes, com arremates de fora da área de Júlio Vítor. Um deles o goleiro Pedrão espalmou. No segundo, a bola foi para fora. E o samba de uma nota só seguiu até o apito final.
A torcida que estava ali na arquibancada não se angustiava porque sabia que, vencendo ou ganhando, nada mudaria. A angústia era minha em ver o futebol maltratado e o andar para lá e para cá dos técnicos Hélio dos Anjos e Dado Cavalcanti durante a partida. Hélio, aliás, matou a saudade dos Aflitos, do seu jeito, mantendo a tradição de levar cartão amarelo.
Para não dizer que nada de relevante aconteceu, o goleiro Bruno Lopes derrubou Eliel na área e a arbitragem marcou pênalti. Léo Naldi bateu bem e deixou a Ponte Preta em vantagem. Como toda despedida, a tristeza reinou nos Aflitos. Ainda mais para o Náutico que em 2023 volta à Série C, mostrando que não aprendeu a lição. Agora, os planos para a próxima temporada já começaram. Dado Cavalcanti renovou contrato e já projeta um novo elenco. Novo horizonte pela frente? O tempo dirá.